Atento a tudo, absorto ao tempo, mas catando o vento.
Sorri com a boca, te querendo a forca.
Fala manso, escondendo o ranço.
Para cada arrobo de forçoso amor, quanta dor!
Te abre os braços como um grande laço.
Escapai do falso, está no teu encalço!
Passo a passo, esperando a brecha,
Para encravar-lhe a flecha.
Dá-te o mel, mas é fel.
Sem que sintas, nem consintas.
O veneno asparge, e não te arde.
Com teus olhos vê , mas não discerne, o próprio verme
Que a te devorar anseia.
Como que em uma ceia.
Fostes a ela convidado, sem saber ser o prato.
Oh, que ingrato!
Que habilidade nata, de enganar na lata!
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